Abril 6, 2009 by vivamaraca
Logo após a eleição de Miguel Arraes, em 1986, fui a uma conversa com ele no escritório onde se montava o plano de governo. Ficava na Avenida Rui Barbosa, perto da ponte da Torre. Nessa ocasião, sugeri que a casa do governador, em Porto de Galinhas, fosse transformada, com seu imenso terreno, em um parque para os banhistas de baixa renda que frequentavam o local. Sugeri também outras coisas relativas a cuidados ambientais que o poder público deveria assumir em Pernambuco. Uma delas era não construir uma refinaria de petróleo em Suape. Minhas ideias, claro, não prosperaram, nem eu imaginava que pudessem prosperar. Apenas quis dar meu recado. Levei um documento escrito e disse a dr. Arraes: “Leia mesmo”. Ele riu e comentou que lia muito. Dias depois, o Diario noticiou que eu estava cotado para ser secretário de Planejamento do governo estadual (não era verdade). Como alguém com posição tão pouco ortodoxa, desagradando governo e oposição, poderia assumir tal cargo?
É assim que vejo com tristeza o estado lamentável da ocupação predatória do litoral pernambucano. Enquanto muita gente fala numa hipotética cobiça internacional pela Amazônia, o fato concreto é que nossa costa sofre uma invasão de estrangeiros sem precedentes desde o período holandês - e não se levanta uma palavra de advertência a respeito. Na verdade, esse é um processo que se estende ao Nordeste todo. Em Natal, outdoors anunciam negócios imobiliários com valores em euros. A praia de Pipa converteu-se em paraíso de investidores de múltiplas nacionalidades. Tudo bem. Estamos numa economia de mercado, onde prevalece a iniciativa privada. Mas aqui a selvageria impera. A esse respeito, uma passeata de cidadãos pernambucanos vai realizar-se no dia 12 de abril (Domingo de Páscoa) na praia de Maracaípe, onde são impressionantes os problemas recentes ali surgidos. Como é sabido, o governo de Pernambuco (Eduardo Campos recebeu isso como herança)
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